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14 de mar. de 2017

Crítica - Silêncio (Silence, 2016)



Nesse novo filme do mestre Martin Scorsese, somos levados a temas que Hollywood sempre se complica em trazer, como religião e crenças e como o embate das diferenças religiosas entre nações pode se tornar um enorme desafio.

A história narra a viagem de dois padres portugueses( Andrew Garfield, perfeito) e Adam Driver( O Kylo Ren dos novos Star Wars) ao Japão durante o século XVII, época em que a prática do cristianismo era perseguida pelas autoridades japonesas para preservar os valores budistas no país.

Com a viagem eles pretendem não apenas confortar e fortalecer os laços da religião nos cristãos remanescentes, como também reencontrar Ferreira( o grande Liam Neeson), mestre dos dois padres que teria apostatado (O ato de renunciar a fé) durante sua missão no país. Em meio a morte e sofrimento da pior forma imaginável, acompanhamos a crise enfrentada pelos padres ao terem sua fé confrontada com a indiferença de Deus perante o caos e tristeza dos episódios que vivenciam.






O diretor Scorsese teve influencia dessa história na obra de mesmo nome de 1966 escrita por Shusaku Endo, a obra literária é constantemente apontado como um dos melhores romances históricos do século XX, e um dos melhores romances a abordar a fé cristã de todos os tempos e foi uma das obras que mais Scorsese leu na sua vida. Motivos que esses o levaram a dirigir o longa depois de um projeto de anos.

Sobre o longa, ele poderia ser um pouco mais curto, podendo se tornar cansativo em diversas partes por culpa dos diálogos, então se você for preparado para esse tipo de filme já poderá gostar ainda mais, de certa forma o fato dele ser longo não interfere no julgamento de ser bom ou não, mas Scorsese poderia dar uma enxugada.






As atuações especialmente de Garfield é impecável, podemos sentir todo o drama que ele está passando junto do outro padre, e tudo que ele faz para que a sua fé não seja abalada, não importa os fatos devastadores que vão ocorrendo com o passar do tempo.

A fé é uma coisa muito bem colocada no filme, você sendo testado ao seu limite para provar a si mesmo, não importam as consequências se a vontade de seguir a sua conduta religiosa nessas horas é mais forte do que a tentação de abdicá-la em momentos de pura angústia.

Silêncio nos traz isso e muito mais em suas praticamente 3 horas de filme, uma história bem densa desde o início, que nos deixa presos a esse mundo e aos personagens. Incrível o fato é que foi esnobado no Oscar desse ano, mas pela história abordada não supreendeu ter sido esquecido pelos críticos da academia. Scorsese em mais uma história impecável mas que não deve atrair a atenção do grande público, infelizmente.

Nota: 8,5

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